E aí, gente? Mekicestão?
Como estamos em um momento em que a vacinação tem sido um tema tão amplamente discutido, gostaria de trazer aqui um esclarecimento:
Vacinas NÃO causam doenças. Vacinas NÃO provocam autismo.
Tudo isso começou em 1998, quando o médico inglês Andrew Wakefield publicou um estudo dizendo que a vacina da tríplice viral, que combatia sarampo, rubéola e caxumba, causava inflamação no intestino das crianças e levava a um processo cerebral que resultava em autismo. Como era de se esperar, o estudo causou um pânico generalizado e as taxas de vacinação caíram consideravelmente, não apenas no Reino Unido, mas no mundo todo.
Acontece que algum tempo depois, descobriu-se que o Dr. Wakefield FRAUDOU os estudos! Além de ter tido condutas questionáveis durante a pesquisa, provou-se que ele fora contratado por escritórios de advocacia envolvidos em processos contra as indústrias farmacêuticas. Além disso, ele mesmo tinha uma patente para a vacina contra o sarampo. Conveniente, huh? Ele foi criminalmente responsabilizado, sua licença foi cassada e o cara hoje mora nos Estados Unidos sem poder sequer prescrever analgésicos para dor de cabeça.
Vários estudos vieram depois disso, provando que a relação entre vacinas e autismo não existe. Mas todos sabemos o poder de um boato, certo? Ainda hoje há pessoas que acreditam piamente que vacinar seus filhos vai lhes causar doenças, paralisias, autismo… Já ouvi até mesmo relatos de pessoas falando que seus líderes religiosos pregam que a vacina é uma forma de controlar a população ou que nada mais é do que a realização da profecia da “Marca 666” descrita no livro do Apocalipse.
Crenças à parte, o resultado disso é o retorno de doenças que já estavam erradicadas, como a pólio, sarampo, difteria… Fora a quantidade enorme de pessoas que se recusa a tomar a vacina contra a Covid-19.
Então, meu apelo não é para você procurar um posto de saúde e atualizar o seu cartão (embora eu confesse que isso deixaria meu coração quentinho). Meu apelo é para que você procure INFORMAÇÃO antes de tomar qualquer decisão, seja ela contra ou a favor da imunização. Mas tenha em mente que WhatsApp, Facebook, Twitter ou o seu vizinho que conhece um caso da avó do primo da sogra dele não são fontes de informação. Fontes seguras de informação são sites como do Ministério da Saúde ou da Organização Mundial da Saúde; revistas científicas sérias e artigos publicados em meios sérios de pesquisa. São médicos INFECTOLOGISTAS – porque já vi ginecologistas e cardiologistas cheios de razão falando sobre vacina, sendo que essa não é a especialidade deles! Pergunte ao pediatra do seu filho, converse com um Infectologista. E entenda que seu líder político ou religioso, por mais que lhe inspire confiança, com certeza não estudou para falar a respeito da imunização.
Deixo aqui um conselho que eu costumava dar para os meus alunos:
NÃO acreditem em mim. Eu posso estar aqui falando um monte de bobagens. Vão atrás das informações vocês mesmos. Pesquisem, procurem saber. Apenas tenham cuidado onde vocês estão tendo acesso a essas informações.
O Ministério da Saúde disponibilizou um número de telefone para combater as Fake News sobre saúde: (61) 99333-8597. Ressaltando que este número não é um tira-dúvidas ou SAC, apenas um espaço para receber as informações que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente como verdadeiras ou falsas. Saiba mais aqui.
Vamos nos informar, pessoal! A vacinação não é uma questão de opinião ou de achismo, mas de saúde pública.
PS. Encontrei essa reportagem bem legal da Viver Bem: 9 Mitos Sobre a Imunização e um artigo que conta a história do Wakefield. Mas, de novo: antes de qualquer decisão, pesquisem fontes oficiais.
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