E aí, gente? Mekicestão?

As cores estão vêm sendo utilizadas para chamar atenção para alguma condição de saúde já há algum tempo. Em Janeiro, são duas: o branco, para falar sobre Saúde Mental, e o roxo, para a Hanseníase.

Dia Mundial Contra a Hanseníase

No último domingo de Janeiro é comemorado o Dia Mundial contra a Hanseníase e no dia 31 de janeiro é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. Portanto, é uma boa hora para falar sobre isso.

Segundo o site da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB), 30 mil novos casos de Hanseníase são diagnosticados ao ano. O Brasil é o segundo em casos da doença, ficando atrás só da Índia. Mesmo assim, a Hanseníase é uma doença considerada negligenciada, tanto pelos “tomadores de decisão”, quanto por certos segmentos da indústria farmacêutica. Sugiro uma visita ao site da SDB, que fala bastante sobre a negligência em torno da doença.

Mas o que, afinal de contas, é a Hanseníase?

Hanseníase é o que antigamente chamávamos de lepra, minha gente, uma doença muito famosa entre os cristãos, né? E para você que anda se perguntando, sim, ela anda por aqui ainda hoje. E sim, ainda é fonte de preconceito por causa das deformações físicas que pode levar ao paciente. É causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, também conhecida como Bacilo de Hansen, que destroi nervos e pele do ser humano, podendo causar deformidades e perda de sensibilidade.

A doença tem a forma contagiosa e a não contagiosa e é transmitida pelo ar, através de gotículas que saem do nariz ou saliva do paciente infectado.  Ela afeta, principalmente, a pele, mas pode infectar os olhos, nervos periféricos e até outros órgãos. De acordo com a SDB, a maioria da população consegue se defender naturalmente da bactéria, mas cerca de 10% vai desenvolver a doença. A boa notícia é que, uma vez iniciado o tratamento com os antibióticos, o paciente para de transmitir. A notícia não tão boa assim é que os antibióticos não conseguem reverter a degradação neurológica, ou seja, se o paciente já chegou com problemas motores mais avançados, o tratamento não irá reverter a situação, apenas matar a bactéria e impedir a transmissão.

Assim, sempre que se perceber algum sinal ou sintoma suspeito, é necessário procurar um médico dermatologista urgentemente e, assim que o diagnóstico for confirmado, é bom que toda a família seja também examinada. O diagnóstico precoce, como na maioria das doenças, é a melhor forma de impedir problemas maiores. Pelamor, gente!

O que mais me deixa estarrecida no caso da Hanseníase é que ela tem cura e os antibióticos são fornecidos GRATUITAMENTE pelo SUS.

Vou repetir para o caso de não ter ficado claro:

Hanseníase tem cura e os antibióticos são fornecidos GRATUITAMENTE através do SUS.

Captou?

O tratamento, por ser longo, faz muitos pacientes abandonarem, achando que já está tudo bem – como a maior parte das pessoas faz com os antibióticos, não é mesmo? Mas não pode! Tem que seguir o tratamento completo para ficar totalmente curado.

A melhor forma de se prevenir a Hanseníase é examinar a pele sempre e procurar o médico em caso de encontrar alguma coisa suspeita.

• Manchas (brancas, marrons ou vermelhas) na pele com mudanças na sensibilidade dolorosa, térmica e tátil;
• Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros;
• Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração;
• Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações;
• Dor e espessamento nos nervos periféricos;
• Redução da força muscular, sobretudo nas mãos e pés;
• Caroços no corpo;
• Pele seca;
• Olhos ressecados;
• Feridas, sangramento e ressecamento no nariz;
• Febre e mal-estar geral.

Fique de olho! Hanseníase tem cura, tratamento gratuito e não tem motivo para ser negligenciada.

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